Beacon Economics – Relatório Econômico Mundial

Este mês, o AfricasheW320 apresenta um relatório econômico mundial da Beacon Economics. Chris Thornberg, fundador da Beacon Economics, fez uma apresentação durante a Sessão Plenária da 7ª Conferência Anual da ACA no Benim, onde ele discutiu o caju dentro de um cenário econômico global. A contribuição da Beacon ao nosso boletim de notícias, a qual será feita novamente em junho, destaca o lugar da África na economia global, ao mesmo tempo em que colocará o seu foco sobre as tendências de importação e de exportação para os produtos agrícolas primários.

A economia regional da África teve um desempenho melhor do que as tendências globais em 2011, mas o comércio da África com as principais economias em 2012 sugere um crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB).

  • Embora os dados finais do PIB no final do ano de 2012 ainda não estejam disponíveis no Banco Mundial, o PIB da África cresceu 3,2% em 2011, o que foi ligeiramente mais alto que o crescimento global de 2,7% do PIB. Contudo, em 2011 o crescimento do PIB da África diminuiu o seu ritmo, se comparada com 2010, quando foi de 4,6%. 
  • De acordo com a Perspectiva Econômica 2012 do Banco Africano de Desenvolvimento, o crescimento mais lento do PIB da África em 2011 foi resultado de conflitos políticos no Norte da África. Por exemplo, o crescimento do PIB de 2011 no Egito, a segunda maior economia da África, foi de 1,8%, o qual foi significativamente mais baixo que o acrescimento de 5,2% verificado naquele país em 2010.
  • A atividade comercial recente com as principais economias mundiais sugere que o crescimento do PIB da África possa ser menor em 2012 do que em 2011. O crescimento do PIB da África é altamente dependente das exportações globais, as quais são responsáveis por aproximadamente 30% do PIB do continente.

  • Em termos reais, os últimos dados sobre importações da UE17, dos EUA, da China e do Japão apontam para um crescimento menor das exportações da África em 2012, se comparado com 2011. Usando o Índex de Preços de Importação do Escritório dos EUA para as Estatísticas do Trabalho para ajustar a inflação, o acumulado no ano para 2012 em importações da África na UE17, nos EUA, na China e no Japão cresceu 1,5% se comparado com o acumulado no ano de 2011, mas parece estar diminuindo o seu ritmo, se comparado com 2011, quando o crescimento anual foi de 3,9%.

  • Os EUA foram a maior trava para as exportações da África em 2012. As importações reais dos EUA vindas da África diminuíram 28% no acumulado no ano de 2012. A maior parte deste declínio ficou concentrada nas importações de petróleo cru. A EU17, a China e o Japão reportaram crescimento real positivo nas importações da África no acumulado no ano.

O crescimento lento do PIB continua entre as principais economias do mundo em 2012 e 2013.

  • O PIB real global cresceu 2,7% de 2010 para 2011, o que é marcadamente mais lento que a taxa de crescimento real de 4,3% verificada de 2009 a 2010. Até o terceiro trimestre de 2012, dados específicos aos países sugerem que o desaquecimento da economia mundial continua.
  • A economia da EU17 continua se mostrando como a maior trava dentro da economia global. Nos primeiros três trimestres de 2012, a EU17 viveu um crescimento negativo do PIB, se comparado com o ano anterior. Depois de uma previsão de crescimento de 0,1% em 2013, feita em novembro de 2012, recentemente a Comissão Europeia publicou uma revisão que prevê que a economia da EU17 se retraia em 0,3% em 2013.
  • A economia do Japão continua estagnada. O Japão contabilizou um crescimento anualizado de 0,5% no terceiro trimestre de 2012.
  • Embora o crescimento real dos EUA no quarto trimestre de 2012 tenha caído para 1,5% anualizados, ante 2,6% no terceiro trimestre, grande parte deste declínio pode ser atribuído aos cortes nas despesas com a defesa, devido a incertezas com o orçamento, as quais envolveram as negociações do “Abismo Fiscal” no Congresso dos EUA.
  • Se implantados, o corte de gastos federal dos EUA, conhecido como “sequestro”, teria um impacto desfavorável sobre o PIB dos EUA na primeira metade de 2013. A Beacon Economics prevê que os cortes propostos eliminariam aproximadamente 1% do PIB anual dos EUA em 2013.
  • No quarto trimestre de 2012, o crescimento real anualizado do PIB na China se acelerou para 7,8% ante os 7,7% do terceiro trimestre. Trata-se somente de um trimestre de dados que mostram um aumento marginal, mas ele marca o primeiro trimestre de aceleração do crescimento do PIB da China, algo que não ocorria há vários anos.

Até novembro de 2012, o crescimento real acumulado no ano nas exportações agrícolas da África aos EUA, à China e ao Japão declinou, se anualizado.

  • Depois de fazer o ajuste da inflação usando os índices de preços de importação e exportação para os produtos agrícolas primários do Escritório dos EUA para as Estatísticas do Trabalho, as exportações agrícolas reais da África para os EUA, a China e o Japão diminuíram 6,2% no acumulado no ano (AA) até novembro de 2012, se comparado com o mesmo AA no período em 2011. Em 2011 as exportações agrícolas da África aos EUA, à China e ao Japão foram responsáveis por 12% do total das exportações da África.
  • A grande dúvida para o crescimento das exportações agrícolas da África em 2012 e 2013 será o mercado da Área do Euro, o qual é o principal destino para os produtos agrícolas da África (47% do total das exportações agrícolas da África em 2011). Dados atuais para o comércio agrícola da Área do Euro em 2012 com a África ainda não estão disponíveis, mas como já mencionado, a recessão europeia está travando a economia global. Um declínio no fluxo de comércio com a Área do Euro, combinado com exportações mais baixas aos EUA, à China e ao Japão apontam para um crescimento real de baixo a negativo para as exportações agrícolas da África em 2012.

Contudo, até novembro de 2012, o comércio global real de produtos agrícolas primários cresceu anualmente entre os principais exportadores e importadores.

  • Depois de fazer o ajuste da inflação, nós vemos que o comércio agrícola entre os EUA, a China, o Japão com o resto do mundo cresceu no AA em 7,4% em 2012, depois de cair 11,9% anualmente em 2011.
  • Em termos reais, a maior parte das principais economias viu um crescimento positivo nas exportações e nas importações de produtos agrícolas com os EUA, a China e o Japão. Estes fluxos de comércio são responsáveis por aproximadamente 30% do comércio agrícola mundial.
  • Se estas tendências continuarem, o crescimento do comércio agrícola global com os EUA, a China e o Japão devem impulsionar o crescimento econômico em regiões em dificuldade, como a Área do Euro em 2013, o que, no fim das contas, também beneficiaria as exportações da África para a Área do Euro.