Uma Discussão com os Parceiros do Setor Privado da Aliança para o Desenvolvimento Global da ACA

No dia 26 de abril de 2013, a USAID oficialmente premiou a Aliança Africana do Caju (ACA) com uma concessão de fundos da Aliança para o Desenvolvimento Global (ADG). Fixada como uma abordagem de economia de mercado para cumprir com os objetivos de negócios e de desenvolvimento, a concessão de fundos da ADG à ACA tem o propósito de gerar US$ 10 milhões em renda adicional para as comunidades rurais durante um período de dois anos. A Aliança Africana do Caju alavancará as suas parcerias público-privadas para cumprir com estes parâmetros. Agora no segundo trimestre de 2013, no primeiro ano de implantação, nós estamos em contato com alguns representantes do setor privado para juntar as suas ideias sobre o que fazer com a concessão de fundos da Aliança para o Desenvolvimento Global e o que isto significa para a Aliança Africana do Caju.

Arie Endendjik, membro do Comitê Consultivo da ACA e Diretor de Compras da Intersnack, e Partheeban Theodore, membro do Comitê Consultivo da ACA e Vice-Presidente da Olam Internacional, tiraram um tempo para responder a algumas perguntas.

Você faz parte de uma companhia privada e também do Comitê Consultivo da ACA. Por que vocês optaram por investir na Aliança Africana do Caju?

Arie Endendjik: Nós estamos convencidos de que uma entidade forte do setor trará vários benefícios ao setor, ainda mais quando o setor ainda está bastante imaturo. Nós nos sentimos na obrigação de apoio tanto com conhecimento quanto com financiamento, por isto o nosso apoio à ACA.

Partheeban Theodore: Agora a ACA se desenvolveu e se transformou em um líder chave para a promoção e o desenvolvimento do caju africano e é respeitado localmente, ou seja, em toda a África, e, cada vez mais, internacionalmente através de sua Conferência Anual que é realizada e através do trabalho que ela faz nas feiras comerciais. A ACA também é reconhecida como o centro para obter as informações sobre o setor africano do caju.

O modelo da ADG da USAID é uma abordagem de economia de mercado para parcerias entre os setores público e privado, a fim de abordar em conjunto os objetivos de negócios e de desenvolvimento. Quais são os recursos técnicos que vocês fornecerão à ACA?

Arie Endendjik: Os gerentes de caju da Olam que trabalham nas áreas de aquisição, processamento e comercialização estão ativamente engajados com a ACA e isto leva a uma troca mútua de habilidades técnicas. As instalações da Olam muitas vezes são o primeiro ponto da escala para muitos investidores em potencial. A Olam também já ofereceu vários programas de treinamento para os participantes do setor, incluindo o contato com banqueiros que gostaria de entender as nuances do processamento e os riscos a ele relacionados.

Partheeban Theodore: Especialistas em segurança dos alimentos e especialistas em gerenciamento de projetos e em sustentabilidade.

Um dos principais focos da concessão de fundos é o desenvolvimento do Selo da ACA de Qualidade e Sustentabilidade. Este programa inovador, o primeiro de seu tipo no mundo, melhorará diretamente a competitividade do setor de processamento do caju africano. Por que vocês estão interessados em apoiá-lo? Qual a importância da segurança e qualidade dos alimentos para os seus mercados?

Arie Endendjik: A Intersnack foi um dos fundadores e um dos ‘líderes de ideias’ na concepção do Selo da ACA. Tudo isto foi motivado pelo fato que o varejo exige a certificação de segurança dos alimentos da BRC para que possamos fornecer a eles, ou seja, é algo necessário. Embora o Selo por si só não represente a certificação BRC, ele aborda os itens importantes e coloca as plantas produtoras no caminho correto. Isto nos garante que estaremos aptos a vender o produto na Europa.

Partheeban Theodore: A Olam participou do desenvolvimento do selo até hoje e o vê como um importante aval de uma 3ª parte, certificando a cadeia de suprimento sustentável, com uma referência particular à segurança dos alimentos e às práticas trabalhistas. Cada vez mais os consumidores internacionais querem ter a compreensão e a certeza sobre os produtos que estão no mercado; um selo reconhecido oferece isto.

No futuro, como vocês esperam que o setor cresça na África? Como isto os afetará na condição de principais compradores ou processadores?

Arie Endendjik: Nós estamos colocando a nossa força em prol do crescimento do setor na África ao participar dos projetos de interligação SC, assim como os feitos pela AIC. Maior demanda por cajus significa mais competição com outros compradores em busca dos bons fornecedores; nós estamos nos posicionado para sermos o ‘comprador favorito’ perante os vendedores ao mostrarmos a nossa parceria de longo prazo. A adesão de ONGs, tais como o programa da USAID, é algo necessário para o sucesso e, como companhia individual, possivelmente não conseguiríamos fazer tudo por conta própria.

Partheeban Theodore: Nós estamos colocando a nossa força em prol do crescimento do setor na África ao participar dos projetos de interligação SC, assim como os feitos pela AIC. Maior demanda por cajus significa mais competição com outros compradores em busca dos bons fornecedores; nós estamos nos posicionado para sermos o ‘comprador favorito’ perante os vendedores ao mostrarmos a nossa parceria de longo prazo. A adesão de ONGs, tais como o programa da USAID, é algo necessário para o sucesso e, como companhia individual, possivelmente não conseguiríamos fazer tudo por conta própria.

Há a expectativa de que o programa resulte em renda adicional de US$ 10 milhões para as comunidades rurais e que crie 3,2 mil empregos. De que forma o aspecto da Responsabilidade Social Corporativa é importante para a sua companhia e para os seus clientes?

Arie Endendjik: Isto é muito importante e tais aspectos também estão mencionados em nosso sítio de internet. Ainda assim, nós gostaríamos de enfatizar que não estamos na África por motivos de RSC, mas sim porque estamos convencidos de que isto deva ser o cerne da nossa estratégia; um motivo melhor para cooperar com todos os elementos-chave não existe!

Partheeban Theodore: Para a Olam, os investimentos nos produtores rurais e nas comunidades através dos nossos programas são o cerne do nosso modelo de negócios. Um exemplo tem sido o desenvolvimento da Carta de Renda Familiar da Olam, a qual apresenta algumas das nossas iniciativas com o caju. A filosofia da Olam é ser uma parceira no desenvolvimento de ‘comunidades em expansão’, permitindo que a agricultura se desenvolva de forma contínua e melhorando e facilitando os investimentos na saúde e na educação.