Segura, Sustentável e Socialmente Responsável - Mim Cashew, uma História de Sucesso do Selo

Apanhar, puxar, estatelar-se. Apanhar, puxar, estatelar-se. Este é o som das castanhas de caju sendo arrancadas dos pomos caídos das árvores e que agora enchem o terreno da Mim Cashew. Margaret e Fusenia estão sentadas na meia-sombra debaixo de um dos milhares de cajueiros da propriedade rural; elas começam a processar o que, no final das contas, resultará em um caju certificado com o Selo da ACA nas prateleiras do mercado internacional.

A produção de caju pronto para a exportação é um processo longo e que exige mão-de-obra intensiva, mas companhias como a Mim Cashew estão trabalhando para acelerar o processo, a fim de conseguir aproveitá-lo ao máximo. Localizada na região de Brong Ahafo, no Gana, a Mim Cashew foi a segunda fábrica a receber a aprovação do Selo da ACA, em dezembro de 2012. Além do processamento de castanhas de caju que seguem os padrões internacionais de segurança e qualidade dos alimentos, a Mim também cultiva castanhas orgânicas e destila conhaque a partir das frutas do caju, as quais em geral não são aproveitadas pelas fábricas. Este tipo de sensibilidade para o que é sustentável está aos poucos penetrando na África e o Selo da ACA apresenta uma oportunidade para que os processadores de caju façam parte deste movimento.

Demanda e renda crescentes

 Embora a maioria dos processadores de caju compre todas as castanhas de caju in natura (CCN) de que precisam, a Mim possui uma fazenda própria de cultivo, além de sua fábrica. Ou seja, os trabalhares da agricultura são influenciados ainda mais diretamente pelos preços das amêndoas de caju.

“Quando o preço do mercado mundial sobe, nós procuramos refletir isto no nosso preço por quilo e fazemos o ajuste”, disse Adusei Asante, gerente de fazenda, explicando como a renda dos trabalhadores da agricultura é afetada pela mudanças nos preços das amêndoas.

A demanda por caju certificado pelo Selo já direcionou os negócios da Mim, a qual recentemente viu o interesse de compradores que procuram por castanhas de qualidade. “Nós estamos tão contentes, porque na verdade nós não contamos ao comprador que tínhamos o Selo da ACA, ele já possuía esta informação”, disse Anilkumar Pillar, Gerente da Fábrica que supervisionou boa parte do processo de implantação do Selo. “Este é o benefício do Selo da ACA”. 

Mais demanda por cajus, combinado com a demanda do comprador por um produto que tenha a certificação do Selo é o que está aumentando as vendas da Mim, um benefício que agora começa a ser sentido pelos produtores rurais. “Eles aumentaram o preço por quilo desde o ano passado”, observou Matthew, um capataz de fazenda. “À medida que o tempo passa, o pagamento aumenta”.

Expandindo as oportunidades para as mulheres

Na Mim, como em quase todas as fazendas e fábricas de processamento de cajus, praticamente toda a produção é feita por mulheres.

“As pessoas são gratas por termos a Mim aqui, porque 90% dos empregados da companhia são mulheres”, disse o Sr. Asante. “Aquelas que estão interessadas têm a oportunidade de trabalhar, ao invés de permanecerem em casa”.

As vozes das mulheres em toda a fazenda ecoaram o ponto de vista do Sr. Asante. Fusenia, que trabalha como colhedora nos campos há três anos, disse: “Se eu não estivesse trabalhando na Mim, eu simplesmente estaria em casa, não fazendo nada. Por causa do trabalho, eu ganho dinheiro para comprar algumas coisas para mim mesma”.

Para algumas, o trabalho na Mim é o primeiro passo na direção da obtenção da independência financeira, a qual permitirá que elas persigam objetivos de carreira em longo prazo.

“Eu aprendi uma profissão e queria dinheiro para começar um negócio próprio”, compartilhou Mathilda, outra colhedora com três anos de experiência. “Este emprego está me ajudando financeiramente, assim eu posso abrir uma conta de poupança no banco e, no fim das contas, abrir uma loja”.

Como um dos principais provedores de empregos na região, a Mim Cashew ganhou respeito entre a população local. A companhia Mim Cashew foi fundada no final dos anos de 1960 e, assim como os proprietários anteriores, Lars Wallevik, Diretor Executivo e proprietário da Mim, está comprometido de investir não só no caju, mas também na comunidade.

“Eu realmente quero tornar a área um lugar mais bonito de se ir", disse o Sr. Wallevik. “A Mim Cashew está engajada com a comunidade local em vários projetos correntes, tais como a restauração de algumas casas tradicionais e do palácio e o planejamento de uma escola técnica, entre outros projetos sociais".

Nas palavras do Sr. Asante: “Para a comunidade, a Mim Cashew é mais ou menos como um amigo para a gente”.

Criando cajus deliciosos, de qualidade

Já cultivando castanhas de caju com certificação orgânica, receber a aprovação do Selo da ACA foi um próximo passo lógico para uma companhia comprometida em produzir produtos da melhor qualidade.

Depois de 6 meses de implantação do programa do Selo, a dedicação à segurança e qualidade dos alimentos é evidente em toda a fábrica, onde os trabalhadores são rápidos em compartilhar os seus conhecimentos sobre os padrões do Selo.

"A minha principal preocupação é com a qualidade – nós queremos avançar ainda mais e continuar a melhorar os nossos padrões”, disse Twum Ebenezer, um descascador manual que está trabalhando com a Mim desde outubro de 2011. “O Selo é a forma como eu faço as coisas e com ele eu posso guiar e treinar outros trabalhadores”.

Depois de seis meses de implantação do programa do Selo,

toda a companhia estava ansiosa para receber a aprovação da ACA. A expectativa era alta depois da auditoria final, feita em dezembro.

“Os trabalhadores da fábrica estavam muito felizes porque eles sabem o que nós estávamos fazendo”, observou o Sr. Pillai. “Quando nós fomos aprovados, um dos trabalhadores disse: ‘Finalmente, nós recebemos o Selo!’”.

O Selo tem um significado para todos os níveis da cadeia de valor – sustentabilidade para os consumidores, qualidade para os compradores, reconhecimento para os processadores, orgulho para os trabalhadores da fábrica e estabilidade para os produtores rurais. Quando o Sr. Pillai disse que “nós fomos recompensados pelo processo”, ele provavelmente só estava se referindo a sua equipe da fábrica Mim, mas o Selo da ACA oferece retornos para todos os elementos-chave do caju.

Ajudando o planeta com o caju

O processamento na África pode reduzir a pegada de carbono da cadeia de valor do caju em até 700%, devido a uma rota mais direta ao mercado, a qual reduz os transportes e as ineficiências de combustível – tanto para a economia quanto para o meio-ambiente. O caju aprovado pelo Selo da ACA vem com a garantia de que causa menos custos ao meio-ambiente do que as castanhas processadas na Índia ou no Vietnã.

A Mim maximiza o rendimento com o caju não só ao vender castanhas seguras, deliciosas e socialmente responsáveis sob o Selo da ACA, mas também ao tirar vantagem dos diversos subprodutos do caju. A unidade de processamento usa as cascas do caju como combustível para as máquinas a vapor, além disto, as frutas do caju são transformadas em conhaque de caju na destilaria da Mim.  

O Selo da ACA dá aos processadores de caju africano uma chance de se tornarem mais competitivos no mercado global. Em longo prazo, contudo, os efeitos do Selo podem ser até mais de maior alcance.

 “Nós estamos ajudando o planeta”, disse o Sr. Asante, gerente da fazenda da Mim. Este ponto de vista é otimista, mas não irrealista – o caju africano fornece renda a 10 milhões de pessoas e possui o potencial de reflorestar terras danificadas pelas mudanças climáticas e ainda dá aos consumidores um petisco seguro e socialmente responsável. O Selo da ACA ajudará a assegurar este futuro promissor para o caju africano.