Tanzânia: Incentivo Governamental para Recuperar Instalações Paradas

Em uma grande promoção da capacidade de processamento de cajus da Tanzânia, o partido que atualmente está no governo no país, o Chama Cha Mapinduzi (CCM), prometeu recuperar armazéns com o objetivo de estabelecer várias novas unidades de processamento de cajus. Estes armazéns, os quais originalmente foram plantas de processamento pertencentes ao governo, foram privatizadas nos últimos anos com a intenção de melhorar a eficiência e para aumentar significativamente a capacidade de processamento. Contudo, muitos destes armazéns foram convertidos em instalações de armazenamento para guardar castanhas de caju in natura antes que estas fossem exportadas, contrariando a finalidade da ideia de sua criação inicial.

Em um comício público realizado no distrito de Newala, o Sr. Abdulrahman Kinana, Secretário Geral do CCM, anunciou que o seu partido colaboraria com os chefes relevantes dos ministérios da agricultura e do comércio para elaborar um plano que maximizasse o potencial das unidades de processamento até aqui subutilizadas.

"Por que nós exportamos castanhas de caju in natura a outros países se nós poderíamos processá-las aqui mesmo?", ele perguntou à audiência do comício. De acordo com pesquisas recentes, aproximadamente 90% das castanhas de caju in natura da Tanzânia são exportadas à Índia para serem processadas. "Nós precisamos processar as nossas castanhas de caju em plantas locais para agregar valor ao produto. Isto será benéfico para os produtores rurais".

Os produtores rurais não serão o único grupo a se beneficiar com esta intervenção. O Sr. Kinana enfatizou o impacto social que a recuperação destas plantas poderia catalisar, indicando que "mais pessoas jovens se beneficiarão com as oportunidades de emprego [nas fábricas de processamento de cajus], melhorando, portanto, o desenvolvimento social".

Um dos principais objetivos da Aliança Africana do Caju é expandir o processamento doméstico de cajus na África. Quase a metade da safra mundial de cajus é colhida em solo africano, mas só uma fração destas castanhas permanece na África para ser processada. Ao exportar as suas matérias-primas, a África perde uma oportunidade tremenda de criação de empregos, de geração de renda e de representatividade. A maior parte dos lucros criados pelo setor global do caju consiste na agregação de valor: amêndoas de caju torradas, manteiga de caju, leite de caju e outros produtos prontos para o consumidor. As instalações de processamento local, as quais podem empregar pessoas das comunidades em sua volta, darão, portanto, um impulso econômico significativo às economias locais.

A ACA possui uma forte presença no setor do caju da Tanzânia; de fato, por muitos anos o Presidente da ACA foi um tanzaniano (o falecido Sr. Idrissa Kilangi, cuja falta é imensamente sentida, o qual infelizmente nos deixou em 2014) e muitos de seus membros vêm deste mesmo país da África Oriental. Um processador de cajus tanzaniano, a Masasi High Quality Farmers, localizada no distrito de Masasi, está atualmente passando pelo processo para se tornar certificada sob o Selo da ACA e certamente servirá como exemplo para os seus novos homólogos nacionais.

Roger Brou, Diretor Executivo da ACA, diz que está "animado para dar as boas-vindas a estes novos processadores no setor africano do caju" e que a ACA está "preparada para oferecer a sua assistência, a fim de assegurar que eles sejam bem sucedidos."