Quando o Dinheiro Realmente Cresce em Árvores: A Ascensão do Setor de Caju no Gana

Embora seja só um pouco maior que uma moeda de um Cedi, a castanha de caju possui o potencial de ser uma dinamite econômica no Gana, a qual só está começando a pegar fogo. Durante os últimos anos, a produção de cajus no Gana cresceu em ritmo bastante acelerado. Este aumento dentro do Gana faz parte de uma tendência mais ampla em toda a África, à medida que a produção de cajus praticamente dobrou no continente nos últimos 10 anos. Atualmente mais de dois milhões de produtores rurais da África cultivam cerca de 48% do caju mundial, lentamente substituindo centros anteriores para este tipo de castanha, tais como o Vietnã e a Índia. À medida que a produção de castanha de caju cresce em toda a África, os benefícios se estendem muito além de simplesmente desfrutar de mais petiscos feitos com esta castanha deliciosa, a qual já vem naturalmente com o tamanho apropriado de mordida. O setor de caju fornece renda familiar para muita gente e benefícios econômicos para um grupo ainda maior de pessoas.

A Cadeia de Valor

Cada castanha de caju que chega ao mercado passa por um processo longo de crescimento, de transporte e de processamento: a cada parada ao longo do caminho, a pequena semente ganha em valor. Em seu primeiro estágio, os produtores rurais plantam e cultivam árvores grandes e frondosas, as quais produzem, com o passar do tempo, frutas nas cores vermelha, laranja ou amarela, parentes visuais dos pimentões dentro da família dos vegetais. Embora sejam particularmente doces e saborosas de sua forma, estas frutas do caju muitas vezes são esquecidas quando as sementes desta árvore tomam a forma de pequeno rim marrom na parte de baixo da fruta – a castanha de caju.

Assim que os produtores rurais colhem as frutas e as castanhas das árvores, os cajus são transportados para o segundo estágio da cadeia de valor: o processamento. Para 93% a 95% dos cajus este transporte será longo, já que são transportados para fora da África com o objetivo de serem processados. Uma vez que são enviados para fora do continente, a cadeia de valor se encerra na África e o valor extra que é agregado às castanhas de caju in natura no processamento beneficia as companhias internacionais. Para os outros 5% a 7% das castanhas de caju in natura (CCN) que são retiradas das fazendas da África, o transportes para o segundo estágio é curto e o valor a ser agregado logo após beneficia os trabalhadores da África e, consequentemente, a economia local.

Na fábrica de processamento, os cajus são secados, despeliculados, torrefatos e embalados, preparando-os para o estágio final de consumo. Dos produtores rurais aos consumidores, o mercado do caju é mobilizado pelos compradores, processadores, transportadores e varejistas. Cada ator ao longo desta linha acrescenta e recebe valor a partir desta pequena castanha.

Castanhas Pequena, Impacto Grande

O tamanho do setor de caju no Gana, na condição de fração da economia total do país provavelmente o(a) surpreenderá. As exportações desta pequena semente em forma de lua proveniente do cajueiro é responsável por 6% do total do PIB do Gana e por 18% do PIB agrícola do país. Por trás destes dados e porcentagens, há cerca de 60 mil pequenos produtores rurais que alimentam a produção de cajus a cada dia no Gana, em um total de 60 mil hectares de terras. No total, o Gana produziu mais de 50 mil TM de castanhas de caju in natura no ano de 2012. O Gana também funciona como um centro para a comercialização e de exportação de cajus vindos de países vizinhos, incluindo a Costa do Marfim e Burquina Fasso. Em consequência, o Gana exportou 180 mil TM de CCN em 2012, mais de 150% de sua produção nacional de cajus.

À medida que o processamento continua a crescer em toda a África e no Gana, o caju ganha um lugar ainda mais destacado dentro das economias nacionais. Atualmente, o Gana possui uma capacidade de processamento instalada de 18 mil TM, contudo uma nova planta de processamento maior aumentará esta capacidade em 35 mil TM, assim que ela entrar em operação no próximo ano. Este aumento na capacidade de processamento tornará o Gana o país líder na África em termos de capacidade de processamento. Isto significa uma cadeia de valor mais longa dentro do Gana e, portanto, mais ganhos.

Cada dólar que é gasto diretamente no setor dinâmico do caju no Gana estimula os ganhos econômicos, os quais ecoam para muito além dos produtores de caju e dos processadores. Um estudo completado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e pelo Centro para o Comércio na África Ocidental chegou a conclusão de a cada US$ 1 mil em vendas de caju por parte dos produtores rurais, 120 empregos eram criados na parte central do Gana. Isto significa 120 oportunidades e 120 rendas familiares; e, somente no ano passado, estas vendas de US$ 1 mil em cajus ocorreram centenas de milhares de vezes no Gana. Conforme o esperado, impactos tão grandes sobre a mão-de-obra também geram impactos nos níveis de renda. Este mesmo estudo descobriu que para cada US$ 1 em renda na propriedade rural a partir da venda de cajus, um adicional de US$ 1,43 em renda familiar era criado dentro da economia local. Dinamite.