Destaque do Selo da ACA de Qualidade e de Sustentabilidade: FoodPro

O programa do Selo da ACA foi lançado em 2012 com a intenção de melhorar e padronizar a qualidade, a segurança e os componentes sociais do processamento de cajus na África. Sete unidades de processamento de caju africano conseguiram obter a certificação do Selo da ACA até o momento e várias outras estão atualmente implantando medidas que as habilitarão a se tornarem aprovadas sob o Selo durante o próximo ano ou daqui a dois anos. O mais novo membro da família do Selo é a FoodPro, um processador do estado de Kwara, na Nigéria, o qual recebeu a certificação do Selo em novembro de 2014.

Desde a fundação da FoodPro em 2010, a equipe da empresa fez pesquisas intensas sobre a cadeia de valor do processamento de cajus, viajou ao Vietnã, ao Benim, à Gâmbia e ao Quênia para entrar em contato com processadores e fabricantes de equipamentos e abrir diálogos com compradores em potencial de amêndoas de caju na Europa. Ayo Olajiga, Diretor e um dos fundadores da FoodPro, acrescenta: "talvez o passo mais importante desta jornada tenha sido o ingresso na Aliança Africana do Caju e a nossa participação na conferência no Benim em 2012. Isto nos deu a oportunidade de entrar em contato com os atores globais em um único local, bem como a chance de observar as inovações nos equipamentos de processamento. As relações formadas na Conferência da ACA continuam a render frutos até hoje em dia".

A FoodPro começou a sua produção no final de 2012 e foi auxiliada em seu desenvolvimento por uma colega membro da ACA, a Jungle Nuts, um processador de cajus do Quênia já certificado com o Selo da ACA. O Sr. Olajiga descreve os conselhos e o apoio fornecidos pela Jungle Nuts como "instrumental" para ajudar a FoodPro a refinar o seu modelo de negócios e a melhorar continuamente a qualidade de sua produção.

A base principal de clientes da FoodPro está atualmente no mercado do Reino Unido, embora as vendas domésticas também estejam crescendo, em resposta a uma demanda crescente por cajus processados dentro da Nigéria. A companhia está se expandindo rapidamente; enquanto no começo de 2014 a FoodPro empregava cerca de 100 funcionários, ela começa o Ano Novo com uma força de trabalho de 287 pessoas, 88% das quais são mulheres.

"Um dos principais motivadores para a criação da FoodPro foi a ideia de estabelecer uma plataforma para a criação sustentável de emprego", diz o Sr. Olajiga. "A dedicação e o foco que nós observamos ao caminhar pelos corredores da fábrica é realmente fantástico, isto nos inspira para fazer a companhia crescer ainda mais".

Com o plano de longo prazo de se tornar uma companhia verdadeiramente competitiva no cenário global, o próximo passo da FoodPro foi o de cimentar a sua reputação como um processador de castanhas da mais alta qualidade ao obter o Selo da ACA, um passo que o Sr. Olajiga descreve como um que exigiu "investimento significativo em pessoas, processos e equipamentos".

Auxiliado por Peter Nyarko, Coordenador do Selo da ACA, a FoodPro implantou mudanças adicionais em todas as áreas da fábrica, desde o estabelecimento de uma lavanderia no próprio local, passando pela introdução de guarda-pós codificados por cores, até a remodelação dos procedimentos internos de relatórios. Novos talentos foram recrutados na área de garantia de qualidade, os supervisores das seções receberam poderes para assumir os vários estágios da produção e uma cultura geral de colaboração entre os departamentos e a cooperação foram incentivados. Os equipamentos foram atualizados e a automação aumentou em várias seções, ao mesmo tempo em que um treinamento regular e periódico foi implantado para os funcionários de todos os níveis.

"O processamento das amêndoas de caju é como uma corrida de revezamento", observa o Sr. Olajiga. "Não há premiação para quem for bem em uma das seções – o processo inteiro precisa estar perfeito para que um produto de qualidade possa ser entregue no final".

Desde que ingressou no programa do Selo, a FoodPro aumentou a sua produção de 0,6 toneladas por dia para 4 toneladas por dia e agora espera um aumento adicional triplicado durante este próximo ano. Pesquisas revelaram aumentos tanto na satisfação dos clientes quanto na motivação profissional dos empregados, os preços de venda aumentaram e novos clientes em potencial entraram em contato com a firma para fazer consultas de compra. A conformidade contínua com os padrões do Selo é assegurada com os relatórios diários de qualidade, tanto por parte de supervisores de seções quanto por parte do novo Gerente de Garantia de Qualidade. A firma também planeja introduzir auditorias randômicas mensais do Selo em 2015 para fortalecer ainda mais as garantias de qualidade.

Como já é de conhecimento para a maior parte dos processadores de caju em toda a África, um dos principais desafios que a FoodPro enfrenta é a questão da baixa qualidade das castanhas que são colhidas nas propriedades rurais. "Um bom processamento não consegue tornar boa uma castanha de caju de má qualidade", diz o Sr. Olajiga. Para abordar este desafio, a FoodPro fez uma parceria com a ACA e as agências governamentais da Nigéria para trabalhar diretamente com os produtores rurais, fornecendo-lhes treinamento de manejo de cajus na pré-colheita e na pós-colheita, para com isso assegurar um aumento tanto na qualidade da colheita quanto na renda do produtor rural e também para contribuir significativamente com a sustentabilidade de longo prazo do setor nigeriano de caju como um todo.

Outro desafio enfrentado pela companhia é a falta de trabalhadores com treinamento e qualificação no setor de processamento de cajus. O Sr. Olajiga observa que a assistência tanto da ACA quanto da Jungle Nuts do Quênia ajudou a FoodPro a fornecer o treinamento necessário aos trabalhadores para o crescimento sustentável de uma força de trabalho qualificada.

De fato, o futuro da FoodPro promete ser bastante brilhante. A companhia espera dobrar a sua produção anual em 2015; ela também possui um plano de três anos em vigor para aumentar a produção dos níveis atuais de 1,5 mil toneladas de CCN para 10 mil toneladas.

Como consequência da certificação sob o Selo da ACA, agora a FoodPro tem visto um interesse por parte de compradores internacionais que ultrapassa em muito a capacidade da companhia. "Nós recebemos demonstrações de forte interesse para o fornecimento de produtos vindos da América do Norte, do Oriente Médio e da África do Sul", diz o Sr. Olajiga, "mas atualmente não temos a capacidade para ingressar em novos acordos de fornecimento. Sendo assim, o principal foco em 2015 será a ampliação da base de clientes através da expansão da capacidade. Contudo, a FoodPro dará ênfase em ser um fornecedor confiável de produtos de qualidade a clientes com quem quer construir relações de longo prazo mutuamente benéficas – o foco será na expansão da qualidade, não só na expansão da quantidade".

Além disto, os planos de médio prazo da companhia incluem a extração do óleo da casca do caju, convertendo-o em energia renovável para a fábrica, e o lançamento de um grande produto de marca para o varejo do mercado da Nigéria. Mas, acima dos objetivos básicos de negócios, a FoodPro tem como visão ser uma companhia que fornece benefícios a todos os seus elementos-chave. "Nós queremos ter uma companhia, na qual os nossos empregados sentem orgulho em trabalhar, da qual nossos clientes recebem mais valor do que o montante pago e da qual os acionistas recebem bom retorno sobre os seus investimentos", diz o Sr. Olajiga.