Conferência Internacional no Vietnã – Desenvolvimento do Caju na África

Roger Brou, o Diretor Executivo, participou de uma oficina do caju que teve duração de dois dias, de 28 a 29 de novembro, dedicada ao comércio de cajus entre a África e o Vietnã. A oficina foi organizada pela Associação do Caju no Vietnã VINACAS e atraiu um bom número de elementos-chave do caju no Vietnã, além de representantes do governo. Os representantes da Associação Nacional do Caju da Nigéria (ANCN), da associação de comercializadores de caju do Benim (CONEC), da ARECA da Costa do Marfim e das Associações de Produtores e de Comercializadores da Guiné-Bissau representaram o setor africano do caju. Os participantes discutiram a necessidade do setor de processamento vietnamita de obter cerca de 250 mil TM de CCN da África para a próxima temporada e também abordaram os desafios em relação à qualidade e algumas questões relacionadas às condições de pagamento.

De acordo com a Associação do Caju no Vietnã (VINACAS), a área destinada à plantação de cajus caiu de quase 440 mil hectares em 2007 para 360 mil hectares em 2013. Agora o Vietnã é o terceiro maior produtor de cajus do mundo, pois caiu uma posição em 2012. Espera-se que o país caia para a quarta posição nos próximos meses, ficando atrás da Índia, da Costa do Marfim e do Brasil. Nguyen Duc Thanh, diretor dirigente da VINACAS, declarou que o preço instável das castanhas de caju e a baixa produtividade induziram muitos produtores rurais a substituir os seus cajueiros por outros de escala industrial.

Embora muito produtores rurais tenham cajus de alto rendimento, as áreas de cultivo deste tipo de caju ainda são pequenas se comparadas com a área total de cultivo de cajus, reconheceu o Sr. Duc Thanh. Além disto, ele também comentou que “a maior parte das áreas de cultivo de cajus não recebeu as técnicas adequadas de cuidado e proporcionam rendimentos baixos”. O Vietnã importa anualmente cerca de 500 mil toneladas de castanhas de cajus in natura (CCN) de outros países, 300 mil das quais são obtidas na África Ocidental - Costa do Marfim (48%), Gana (16.2%), Nigéria (14%), Guiné-Bissau (8.63%) e Benim (3%).[i]

Durante a conferência realizada na Cidade de Ho Chi Minh, muitos compradores de CCN da África solicitaram que as firmas vietnamitas investissem na produção de cajus no Vietnã. Eles declararam que, à medida que o processamento na África aumenta, haverá cada vez menos CCN disponíveis para exportar ao Vietnã. Um representante da Associação Nacional do Caju da Nigéria (ANCN), o Sr. Tola Faseru, disse que “a Nigéria apreciava o fato de que mais de 50% do total das exportações mundiais de amêndoas de caju vinham do Vietnã e nós estamos abertos a companhias que cooperem no Vietnã para investir no setor de processamento para a exportação, a fim de aproveitar as vantagem das oportunidades de exportação para os mercado europeu”.

O Vietnã espera exportar cerca de 250 mil toneladas de castanhas de caju este ano por um valor de US$ 1,55 bilhão. Incluindo as exportações de óleo de amêndoas de caju, as receitas com exportação podem alcançar mais de US$ 1,8 bilhão. [ii]


[i] Cashew info, Vol. 14 Edição 49

[ii] Vietnamnews